
Confusão e polêmica marcam UFC Atlanta após golpe ilegal
Poucas cenas no UFC são tão impactantes quanto quando tudo desanda em questão de segundos. Foi o que se viu em Atlanta, no UFC Fight Night: Usman vs. Buckley, na noite de 14 de junho de 2025. O brasileiro Rodolfo Bellato entrou decidido contra o escocês Paul Craig, mas viu sua trajetória virando drama antes mesmo do gongo soar para o segundo round. Uma joelhada no chão, um nocaute inesperado e, principalmente, um desfecho sem vencedor: o famoso 'No Contest'.
Faltando apenas um segundo para terminar o primeiro round, Paul Craig, ao tentar afastar Bellato, acertou um upkick quando ainda tinha um dos joelhos apoiados no octógono—a clássica situação que a regra pune com veemência. O chute explodiu no rosto de Bellato, que imediatamente caiu apagado. O árbitro Kevin McDonald não hesitou: interrompeu a luta na hora e, após comunicar os oficiais responsáveis, declarou que a pancada fora ilegal, mas acidental. Por isso, decidiu que ninguém sairia com vitória nem derrota.

Reação de Bellato levanta debate e Craig questiona honestidade do rival
O clima esquentou dentro e fora do cage. Assim que Bellato começou a recobrar os sentidos, sua reação foi atípica: em vez de permanecer desacordado, tentou levantar e parecia pronto para continuar. Rapidamente, começaram a pipocar nas redes sociais suspeitas de que sua queda não teria sido totalmente legítima. O próprio Paul Craig, visivelmente frustrado ao sair do octógono, insinuou em sua entrevista pós-luta que o golpe "pode ter acertado mais o pescoço do que o queixo" e chegou a sugerir que Bellato pode ter forçado a reação para forçar uma desqualificação do rival—algo que já viu acontecer antes em combates mundo afora.
As falas de Craig incendiaram as discussões online. Bellato, percebendo o burburinho, não deixou barato e se defendeu diante das acusações. Nas palavras do brasileiro, "quem está ali sente o golpe de verdade" e a ideia de simular um nocaute simplesmente não faz sentido para quem arrisca tudo a cada apresentação. Ele reforçou que o chute pegou em cheio e que ficou, sim, apagado, mesmo tentando continuar por pura adrenalina.
A decisão dos árbitros de não dar vitória para nenhum lado seguiu as linhas do regulamento da organização pela natureza do golpe: ilegal, mas sem intenção clara de lesionar. E mais, o debate reacende antigas questões sobre a clareza das regras em toques com o joelho no chão, principalmente em lances rápidos, além da dificuldade dos árbitros e julgadores de interpretar a real condição física dos lutadores ali na hora.
Resta saber como fica o futuro destes dois atletas após a noite polêmica. Uma revanche pode estar no horizonte, mas por enquanto o que ficou para os fãs é aquela sensação de que, neste esporte, qualquer detalhe pode transformar uma noite histórica em um final sem resposta.