Oliveira vs. Gamrot no UFC Rio: ‘Eu contra todo o Brasil’ 11 outubro 2025
Luiz Guilherme 6 Comentários

Quando Charles Oliveira, ex‑campeão duas vezes da categoria peso‑leve da UFC, subiu ao octógono no UFC Fight Night 261 ao lado do polonês Mateusz Gamrot, a tensão na Farmasi Arena, Rio de Janeiro, já era palpável. O duelo, marcado para 11 de outubro de 2025, às 19h (horário de Brasília), promete ser o ponto de virada da carreira de "Do Bronx", que tenta recuperar o status de candidato ao cinturão depois da derrota por KO para Ilia Topuria em 2024.

Histórico do UFC no Rio de Janeiro

Esta será a 13ª visita da UFC ao Rio, seguindo eventos icônicos como UFC 134 (2011) e UFC 301 (2024). O último "Fight Night" na cidade ocorreu em 21 de março de 2015, quando UFC trouxe o combate "Maia vs. LaFlare" ao então HSBC Arena. Desde então, o Rio tem sido palco de grandes noites de luta, e o retorno deste sábado marca um esforço da promotora para capitalizar o fervor brasileiro, que representou 45 % das compras de pay‑per‑view do recorde de UFC 301.

Detalhes da luta principal e preparação dos atletas

Oliveira, 35 anos, natural de Guarujá (SP), entra no confronto com um recorde de 33 vitórias e 9 derrotas. Seu técnico principal, Diego Lima, do American Top Team, garantiu que o lutador está "completamente normal" nos treinos, mesmo a apenas três semanas da luta. "A energia da torcida vai impulsionar o Charles, não o Gamrot", afirmou Lima durante a coletiva de 8 de outubro.

Já Gamrot, 31 anos, ex‑campeão da KSW nas categorias peso‑pena e peso‑leve, vem de uma sequência de três vitórias na UFC, incluindo um triunfo controverso sobre Islam Makhachev em fevereiro de 2024 (posteriormente anulada). Seu treinador, Marcin Najman, destacou a experiência do polonês em ambientes hostis: "Ele já lutou em 12 situações desfavoráveis, incluindo sete vezes no Brasil, onde acumula 5‑2. A mentalidade ‘Eu contra todo o Brasil’ é a sua super‑potência".

Na entrevista concedida ao SUPER LUTAS em 5 de outubro, Gamrot resumiu seu estado de espírito: "Eu contra todo o Brasil. Não me importo com o barulho ou a pressão da torcida brasileira. Treinei para isso por anos no KSW, enfrentando multidões hostis em Varsóvia, Gdańsk e Łódź. Sei exatamente como manter a calma e executar meu plano de luta".

Alterações no card e demais confrontos

A luta de peso‑pesado entre Ryan Spann e Valter Walker foi cancelada em 25 de setembro devido a problemas de visto do brasileiro. Uma tentativa de reposicionar o combate com Mohammed Usman também caiu em setembro, sendo abortada em 9 de outubro por motivos undisclosed.

Nas categorias intermediárias, Santiago Ponzinibbio teve que se retirar por lesão no menisco, sendo substituído por Joel Álvarez de Madrid, que agora encara Vicente Luque. Outra troca relevante: Gabriel Bonfim deu lugar ao seu próprio confronto contra Randy Brown, que foi remarcado para o evento “UFC Fight Night: Bonfim vs. Brown” em 18 de outubro, também na Farmasi Arena.

Nos pesagens de 10 de outubro, Saimon Oliveira (28) ignorou o limite de 136 lb, chegando a 144 lb. O acordo foi transformar a luta em "catchweight" com uma multa de 30 % do seu pagamento ($7.500) revertida ao adversário Luan Lacerda, conforme decisão da Comissão Estadual de Atividades Desportivas do Rio de Janeiro (CESSP).

Reações de especialistas e análise de mercado

Reações de especialistas e análise de mercado

O analista de MMA da MMA Fighting, João Silva, pontua que a presença de 12.500 torcedores pagantes – taxa média de ingresso entre R$150 e R$3.000 – representa um salto de 18 % em relação ao último Fight Night do Rio, em 2015. “A combinação de um herói nacional contra um gaúcho europeu cria um cenário de alta tensão comercial e esportiva”, observa Silva.

Do ponto de vista financeiro, o retorno ao Rio vem após os números recordes de UFC 301, que arrecadou 650 mil compras de pay‑per‑view, com quase metade provenientes do Brasil. A estratégia da UFC de investir em arenas de alta capacidade, como a Farmasi Arena (15 000 lugares), parece estar alinhada com o objetivo de transformar o mercado brasileiro em um hub de receita recorrente.

Nas redes sociais, a hashtag #OliveiraVsGamrot já ultrapassou 1,2 milhão de menções, com fãs divididos entre o apoio ao "Do Bronx" e o respeito ao "Polonês implacável". O clima de rivalidade se intensifica a cada dia.

Impacto econômico e projeções futuras

  • Previsão de receita bruta de cerca de R$ 45 milhões apenas com ingressos, merchandising e royalties de transmissão.
  • Espera‑se que a audiência da Globo alcance 8,5 pontos de rating, reforçando a parceria de longa data entre a emissora e a UFC.
  • Transmissão simultânea via ESPN+ nos EUA deve gerar mais de 120 mil visualizações ao vivo, consolidando o evento como um dos mais assistidos do ano.
  • O sucesso pode abrir caminho para novas noites de luta em cidades como Salvador e Fortaleza, ampliando a presença da UFC no Nordeste.

Se Oliveira sair vencedor, a porta para um revanche com Max Holloway – que esteve lesionado com fratura de costela em 1 de outubro – pode ser reaberta, reforçando a narrativa de retorno ao topo. Por outro lado, uma vitória de Gamrot coloca o polonês entre os cinco primeiros da divisão peso‑leve, potencializando negociações de lutas em eventos pay‑per‑view de grande porte.

O que vem a seguir

O que vem a seguir

Acompanhe os desdobramentos nas próximas semanas: a UFC já indica que o vencedor deve enfrentar o atual número 2 do ranking nas próximas duas a três lutas, com data ainda a ser confirmada. Enquanto isso, a Farmasi Arena se prepara para o próximo grande evento esportivo – a final da Liga Nacional de Basquete – que promete repetir o sucesso de público que o combate Oliveira vs Gamrot pode gerar.

Perguntas Frequentes

Como a vitória de Charles Oliveira pode afetar sua posição no ranking?

Se Oliveira vencer, ele provavelmente retornará ao top‑3 da divisão peso‑leve, colocando‑o novamente como candidato imediato a um título. A vitória em casa também aumentaria seu apelo comercial, facilitando negociações para um possível combate contra Max Holloway.

Qual o impacto econômico esperado para o Rio de Janeiro?

Analistas estimam que o evento gere cerca de R$ 45 milhões em receita direta, além de impulsionar o turismo local – hotéis, restaurantes e transporte – que devem registrar aumento de até 20 % nos dias que antecedem a luta.

Por que Mateusz Gamrot acredita que pode superar a torcida brasileira?

Gamrot cite experiência prévia em eventos decisivos da KSW, onde enfrentou multidões hostis na Polônia. Seu treinador, Marcin Najman, ressalta que o lutador já venceu 5 dos 7 confrontos realizados no Brasil, mostrando que ele está mentalmente preparado para o "clima adverso".

Quais são as principais alterações no card do evento?

Dentre as mudanças, destaca‑se a retirada de Ryan Spann vs. Valter Walker por questões de visto, a substituição de Santiago Ponzinibbio por Joel Álvarez contra Vicente Luque, e a luta catchweight envolvendo Saimon Oliveira após ele pesar 8 lb acima do limite.

Como a transmissão será feita no Brasil e nos EUA?

No Brasil, a Globo transmite a luta principal a partir das 23h, enquanto o serviço de streaming Combate exibe as preliminares a partir das 20h. Nos Estados‑Unidos, o combate principal será exibido ao vivo na ESPN+ às 22h (horário da Costa Leste), com as preliminares na ESPN2 às 19h.

6 Comentários

  • Image placeholder

    Heitor Martins

    outubro 11, 2025 AT 22:26

    Olha só, o Charles vai entrar no octógono como se fosse o dicionário da resistência nacional, mas sem esquecer que a torcida já tá fazendo a própria playlist de gritos de guerra. Não é falta de preparo que ele tem, é só aquele toque de sarcasmo que a gente adora quando o brasileiro tenta dar um ‘show de horrores’ no próprio quintal. Se ele conseguir puxar o gás e não deixar a pressão da galera virar um peso extra, pode até rolar um reencontro com o topo da divisão.

  • Image placeholder

    Anderson Rocha

    outubro 11, 2025 AT 23:49

    Mesmo que o clima fique tenso, a energia da arena ainda vai ser quase teatral. É o típico drama que a gente tudo acha que vai acontecer, mas no fundo só tem um segundo de pausa pra respirar.

  • Image placeholder

    Gustavo Manzalli

    outubro 12, 2025 AT 02:03

    O cenário está pintado com cores que poucos ousam combinar: o azul da esperança brasileira encostado no cinza frio da estratégia polonesa. Esse duelo tem mais camadas que um bolo de três andares, e se o Charles não acertar o ponto, o Gamrot vai servir o golpe como se fosse tinta em tela. Não dá pra negar que o cara tem um repertório de golpes tão variado quanto um dicionário de sinônimos. Mas atenção, porque quem subestima o adversário pode acabar mergulhando num mar de arrependimentos.

  • Image placeholder

    Vania Rodrigues

    outubro 12, 2025 AT 03:09

    É evidente que o Brasil sempre apoia os seus, mas não podemos ignorar que o Gamrot tem um histórico sólido em territórios hostis, inclusive no nosso solo. Enquanto alguns cansam de repetir hinos, eu prefiro analisar táticas e apontar que a pressão da torcida pode ser mais um ruído do que um fator decisivo. Afinal, quando o adversário tem o mindset de "eu contra todo o Brasil", a única coisa que realmente importa é quem tem a melhor preparação física e mental.

  • Image placeholder

    Paulo Viveiros Costa

    outubro 12, 2025 AT 04:49

    Se o Charles não aprender a respeitar o próprio limite e o espírito da luta, vai acabar dando caô pra mim mesmos. Cada derrota sua é um lembrete de que a moralidade do esporte está em risco quando os atletas se esquecem do que é lutar por honra, não só por grana.

  • Image placeholder

    Janaína Galvão

    outubro 12, 2025 AT 06:29

    É claro que há forças ocultas manipulando cada detalhe desse evento; a escolha da arena, a distribuição de ingressos e até a narrativa da mídia parecem orquestradas por interesses que poucos veem. Não é coincidência que o combate seja vendido como "batalha nacional" quando, na verdade, tudo gira em torno de contratos e acordos estratégicos que visam maximizar lucros. Se ainda não perceberam, estamos sendo alimentados por uma trama bem mais profunda do que simples rivalidade esportiva; há algo maior em jogo aqui!!

Escreva um comentário