O líder caiu. Em Florianópolis, o Avaí venceu o Goiás por 2 a 1 neste 7 de setembro de 2025, pela 25ª rodada da Série B, freou a sequência invicta do Esmeraldino e apertou a disputa pelo topo da tabela. O resultado mexeu de imediato com a classificação: o Goiás perdeu a liderança para o Coritiba, enquanto o Leão da Ilha saltou do 12º para o 7º lugar e ganhou corpo na corrida pelo acesso.
Com a Ressacada empurrando, o time de Jair Ventura começou acelerado e foi dono do ritmo. A pressão inicial cortou a saída de bola goiana e abriu espaço para o primeiro golpe: Cleber apareceu na área aos 17 minutos e completou a jogada para fazer 1 a 0. O Goiás tentou reagir, mas esbarrou na organização do sistema defensivo avaiano, que encurtou espaços e levou o jogo ao intervalo com vantagem.
A volta para o segundo tempo manteve o cenário. Logo aos 52 minutos, Marquinhos Gabriel chamou a responsabilidade e, em cobrança de pênalti, ampliou com frieza. O Goiás, então, saiu de vez para o ataque. A equipe de Vagner Mancini adiantou linhas, aumentou a presença no campo ofensivo e descontou aos 62, com Welliton, para recolocar tensão na partida.
O trecho final virou teste de resistência. O Esmeraldino martelou, cruzou bolas, procurou o pivô e tentou acelerar pelos lados. O Avaí respondeu com transições rápidas e controle emocional, sem abrir mão da disputa de primeira e da recomposição. Quando precisou, o goleiro César apareceu seguro, e a zaga venceu duelos aéreos decisivos para segurar o 2 a 1.
Como foi o jogo
Jair Ventura escalou o Avaí com César; Douglas, Eduardo Brock, Wanderson, Zé Ricardo; Marcos Vinicius, JP, João Vitor; Marquinhos Gabriel, Emerson Negueba e Cleber. A ideia foi clara: intensidade sem a bola, linhas compactas e saída rápida após recuperar a posse. Funcionou cedo, com o gol de Cleber aos 17, e seguiu eficaz com a leitura dos espaços deixados pelo rival.
Do outro lado, Vagner Mancini manteve a base que vinha em alta e sustentava série invicta. O plano foi controlar a posse e acionar os atacantes em diagonais. No primeiro tempo, o encaixe de marcação do Avaí travou o ritmo goiano. Depois do intervalo, o Goiás ganhou volume, encurtou passes e achou Welliton livre para descontar, o que transformou os minutos finais em um jogo de detalhes.
O Avaí venceu porque foi eficiente nas duas áreas: criou menos do que em outras noites, mas aproveitou as chances claras e não desperdiçou a bola parada que valeu o segundo gol. Também defendeu a própria área com agressividade, algo que faltou ao Goiás na origem do 1 a 0. A leitura de momento pesou: o time catarinense soube quando baixar o bloco, quando esfriar o jogo e quando acelerar para respirar.
Tabela, contexto e o que muda
A derrota tirou o Goiás do topo e colocou o Coritiba na liderança. O Esmeraldino segue forte na briga pelo acesso, soma 44 pontos e tem elenco para reagir, mas a queda expõe um ponto de atenção: fora de casa, qualquer oscilação custa caro nesta reta final. O time vinha consistente, e a perda da invencibilidade reacende a disputa direta com rivais do alto da tabela.
O Avaí, por sua vez, mudou de patamar com a vitória. Sair do 12º para o 7º lugar na 25ª rodada não é detalhe — é sinal de que o time entrou no radar do G-4. Restando 13 jogos, a margem para erro é curta, e o rendimento como mandante vira trunfo. Se mantiver a entrega mostrada na Ressacada e calibrar a tomada de decisão no último terço, o Leão da Ilha ganha casca para disputar ponto a ponto a volta à elite.
Em termos de desempenho, a noite reforçou papéis. Marquinhos Gabriel foi o cérebro entrelinhas, Cleber trouxe presença de área e combate, e Emerson Negueba deu profundidade. Na base, a estrutura defensiva segurou a pressão quando o cenário pede maturidade. Do lado goiano, Welliton mostrou oportunismo, e o aumento de intensidade após o intervalo prova que há repertório para virar jogos — faltou transformar pressão em chances limpas.
A Série B afunila. Cada rodada mexe com zona de acesso e com o topo. O Avaí ganhou moral e pontos pesados; o Goiás levou um alerta e segue com potencial para recuperar a liderança. A próxima sequência vai dizer se a Ressacada continuará decisiva e se o Esmeraldino reencontrará o trilho que o levou ao topo.
