set, 5 2024
A indústria dos videogames é notoriamente competitiva, cheia de inovações e constantes lançamentos que mantêm os jogadores entusiasmados e ansiosos pelo próximo grande sucesso. Em meio a esse cenário, o jogo 'Concord', desenvolvido pela Firewalk Studios e publicado pela gigante Sony, tinha a ambiciosa meta de estabelecer-se como um peso-pesado no gênero 'hero shooter'. Contudo, a realidade acabou por ser bastante diferente, e o jogo se tornou um exemplo claro de que gráficos deslumbrantes não são garantia de popularidade e sucesso comercial.
Lançado com grande expectativa, Concord foi apresentado ao mercado como um inovador jogo multiplayer, prometendo competir diretamente com títulos estabelecidos como Overwatch e Valorant. Sendo promovido sob a bandeira da Sony, a comunidade esperava um produto polido e jogabilidade cativante. O foco estava nos gráficos fenomenais, com cenários detalhados e personagens visualmente impressionantes. A ideia era criar uma experiência imersiva que fisgasse os jogadores imediatamente.
No entanto, o que parecia promissor logo se revelou um tiro no pé. Desde o seu lançamento, Concord lutou para conquistar um público significativo. Os números não mentem: foram aproximadamente 25,000 cópias vendidas, sendo 10,000 no Steam e 15,000 no PlayStation. Em termos de jogadores ativos, o quadro era ainda mais sombrio, com menos de 100 jogadores simultâneos no Steam.
Parte do problema de Concord residiu no seu modelo de precificação. Custando cerca de R$200, o jogo não oferecia novidades ou funcionalidades que justificassem tal valor, especialmente considerando a dura competição com jogos free-to-play que dominam o mercado de PC. Exemplos de sucesso como Warframe, Apex Legends, e Counter-Strike oferecem experiências gratificantes e bem-polidas sem custo inicial, conseguindo captar e manter uma base de jogadores leais. Concord, por outro lado, parecia desatualizado e sem a profundidade esperada pelos jogadores modernos.
Outro aspecto crucial onde Concord falhou foi na jogabilidade. O jogo, embora visualmente atraente, carecia de mecânicas inovadoras ou desafiadoras. Aparentemente, a Firewalk jogou seguro demais, evitando riscos que pudessem diferenciar Concord dos concorrentes. No mundo dos 'hero shooters', onde jogabilidade dinâmica e envolvente é a chave, a falta de criatividade e inovação pode ser fatal.
Comparado ao ambiente dos consoles, o mercado de jogos de PC oferece uma experiência mais robusta e diversificada. A comunidade de jogadores de PC tende a ser mais crítica e exigente, buscando sempre aperfeiçoamentos e novos desafios. Este padrão elevado de expectativas acaba por beneficiar jogos que trazem conteúdo gratuito ou pago, mas sempre com um bom custo-benefício. Concord ficou aquém nessas áreas.
Por fim, o fracasso de Concord serve como um lembrete importante para desenvolvedores e publicadoras: gráficos impressionantes, por si só, não garantem o sucesso. A combinação de preços altos com uma experiência básica e desinspirada foi a receita para o insucesso deste título. No competitivo mercado dos 'hero shooters', onde jogos free-to-play dominam, Concord não teve a agilidade necessária para se adaptar e cativar. Talvez, em uma era onde a jogabilidade e o valor oferecido ao jogador têm uma importância crescente, Concord terá que se reinventar para voltar a ganhar relevância.
Em última análise, o papel dos desenvolvedores é criar experiências que vão além da superfície. A indústria dos videogames está repleta de exemplos de que inovação e profundidade jogam um papel muito maior do que apenas estéticos visuais. Que o falecimento de Concord sirva de lição e guia para futuros lançamentos no apaixonante mundo dos jogos.