O Brasileirão de 2024 virou sinônimo de poucas redes balançando. A lesão de Pedro, atacante do Flamengo, há mais de dois meses, acabou criando um vazio no topo da artilharia do campeonato. Desde então, nenhum outro atacante conseguiu se firmar como goleador absoluto da temporada. O resultado? Jogos mais travados, placares apertados e um clima de preocupação para quem gosta de ver gols.
Quem acompanha rodada a rodada percebe que falta inspiração lá na frente. Os jogadores que chegaram a ser cotados como possíveis candidatos a artilharia, como Tiquinho Soares (Botafogo), Hulk (Atlético-MG) e Calleri (São Paulo), vivem momentos irregulares. Pode até ter um golzinho aqui, outro acolá, mas aquele atacante capaz de decidir jogos com frequência... esse anda em falta no futebol nacional. O reflexo aparece no placar: muitos empates e vitórias por 1 a 0 se multiplicaram nos estádios.
A ausência de um goleador dominante levanta a questão: a culpa é das defesas cada vez mais fechadas e táticas, ou dos atacantes com pouca eficiência? O debate entre torcedores e comentaristas é intenso. Times que antes tinham homens-gol que tiravam coelhos da cartola, hoje se apoiam em lances individuais esporádicos para vencer partidas. E basta olhar a tabela para perceber como isso atrapalha: muitos grandes não conseguem engatar boa sequência porque falta aquele cara que resolve.
A artilharia no Brasil já teve momentos de brilho, nomes como Gabigol, Fred ou Ricardo Oliveira empilhavam gols temporada após temporada. Agora, tudo parece mais difícil. O desafio para treinadores é montar estratégias para compensar esse déficit. Uns apostam em esquema com centroavante fixo, outros tentam rodízio, mas ninguém encontrou uma fórmula infalível. A carência de gols também pressiona jogadores jovens revelados nas bases, jogando em cima deles a responsabilidade que antes era de nomes experientes.
Enquanto isso, a disputa pelo topo da artilharia segue aberta e, de certo modo, confusa. Não há espaço para apostas seguras; qualquer atacante com boa sequência pode virar protagonista. Clero, para quem faz parte do espetáculo, virou até motivo para cobrança da torcida. Uns culpam a preparação física, outros veem o problema na qualidade dos passes ou nas poucas chances criadas por meio-campistas. Fato é: fazer gols está difícil no país do futebol.