Um dos maiores desafios de Pedro Pascal na carreira veio com a segunda temporada de The Last of Us. Na coletiva de imprensa do lançamento, o ator deixou claro que esse retorno foi bem mais do que mais um trabalho: foi uma experiência emocional exaustiva, difícil de separar da própria vida. Interpretando Joel, seu mergulho no trauma do personagem passou dos roteiros para sua rotina pessoal, afetando sua saúde mental de verdade.
Segundo Pascal, o primeiro dia de gravação trouxe uma sensação agridoce. Embora houvesse uma beleza na cena inicial, a distância crescente entre Joel e Ellie (vivida por Bella Ramsey) era como um fantasma pairando em cada diálogo. O que era bom se tornava doloroso exatamente por ser tão real. O ator admitiu que nunca sentiu esse nível de conexão — ou vulnerabilidade — em nenhum outro papel. Em suas palavras, a dor de Joel escorregava para fora das câmeras e tomava conta da mente do ator, criando um ciclo ‘preocupante’ que o fez repensar seus próprios limites emocionais.
Diante dessa tempestade emocional, Pedro Pascal também buscou apoio no elenco, especialmente com Gabriel Luna, que interpreta Tommy, irmão de Joel. Antes das gravações, os dois passaram dias remando juntos pelo rio Bow, no Canadá. Muito além de exercício ou turismo, essa atividade serviu para criar um laço de confiança e espontaneidade fora de cena, algo que depois se traduziu em uma química natural entre os ‘irmãos’ na série.
Mas o maior peso veio mesmo da relação central da história: Joel e Ellie. Bella Ramsey, que divide a tela com Pascal, descreveu essa nova fase como ‘intensa, sombria e até revoltante’. O ator não escondeu que o clima pesado da temporada, refletido nas interações entre os personagens, só aumentou sua dificuldade de separar sentimento real e ficção. Esse retrato cru das emoções humanas é um dos motivos do sucesso da adaptação, mas cobra um preço alto dos envolvidos — e Pedro Pascal tem sentido isso na pele como nunca antes.